terça-feira, 8 de maio de 2007

Ontem o tema do programa Happy Hour, no GNT, foi separações. Então eu tive que ficar acordada até as 2 pra ver, né? Porque perdi o programa ao vivo e ia perder a reprise de hoje.
Eu tive uma sensação de conforto quando vi tanta gente passando por isso. Porque eu fico na auto-escola e penso "quantas pessoas aqui estão com o coração partido como eu?", e eu nunca sei responder quem tá sofrendo e quem não tá. Mas eu sei que um monte de gente tá. Sofrendo.

O caso é que ontem o Luiz Alberto Py tava no programa e ele disse que tinha preparado, depois de passar por separações, uma listinha com algumas instruções. E nunca na minha vida eu corri tanto pra pegar papel e caneta, porque se me disserem que dormir de cabeça pra baixo pendurada no ventilador de teto vai ajudar, eu acredito. E durmo. De cabeça pra baixo.

Ele acabou não dando uma lisssta, foram só quatro itens. Quatro é um número que não funciona muito pra mim. Cinco, ok, dez, perfeito, mas quatro não acho legal. Mesmo assim, olha a lista:

1. Isso passa. Esse item eu achei bem legal, e achei bem legal ser o primeiro, porque é a maior verdade. Eu fico muito contente de não ter me concentrado tanto na dor a ponto de não acreditar quando alguém me disse "isso passa", porque é verdade. Quase todas as pessoas me disseram que passa e eu sei que todas estão certas. Teve uma amiga minha que falou isso de cara. Antes de "sinto muito", "que pena" ou "não acredito", ela disse logo "vou falar uma coisa que você pode odiar, mas é verdade: isso passa. ninguém morre de amor." E eu nem odiei, pelo contrário, eu precisava muito ouvir.

2. Você não merece. Ninguém merece, mas acontece. Achei legal também, principalmente pra quem tem essa tendência a se culpar. Eu tenho. Eu acho que a culpa é sempre minha, poucas vezes culpo o outro, então é claro que a primeira reação é tentar achar o que eu fiz de errado pra merecer. Mas não fiz nada, aconteceu. É mais fácil procurar uma culpa do que acreditar que coisas ruins acontecem pra pessoas legais, mas acontecem. Eu sou legal e uma coisa ruim aconteceu comigo. Ele explicou esse item da lista de uma maneira bem legal, eu achei. Foi uma escolha do outro, e todo mundo tem direito a fazer escolhas. Eu não gostei da escolha porque me machucou, mas foi só uma escolha, não foi uma resposta a alguma coisa errada que eu fiz. E eu não mereço, ninguém merece, mas acontece.

3. Agüente firme e não procure remédio. Aí ele explicou que isso tinha a ver com a dor do luto, que todo mundo deve sentir, e não sair e tentar arrumar logo outra pessoa. Pelo menos no meu caso, isso vem de outras pessoas. É incrível como todo mundo me diz que tem uma pessoa incrível que precisa me apresentar. Eu tô tão longe de querer conhecer alguém. Sinto até pena de alguém que me conheça agora.

4. Faça a eutanásia da paixão. Esse ele falou, e nem precisava dizer, que era pra quem tinha sido abandonado. Porque você tá numa relação, de repente não tá mais, a pessoa foi embora, mas ao mesmo tempo os sentimentos ficaram. Ele disse que a gente tem que matar os sentimentos. E aí ele disse uma coisa que eu ouvi de algumas pessoas, mas não tinha levado muito a sério, tinha achado um conselho meio amador, que é o de se concentrar nos defeitos de quem foi embora. Ao mesmo tempo, foi só quando eu pensei em algumas coisas pelas quais eu passei na relação que eu entendi que não era a relação que eu precisava na minha vida.

No fim, ele deu um conselho que eu achei demais, ele disse que a gente tem que investir na separação como quem investe no começo de uma relação. Achei genial.

9 comentários:

  1. Renata, achei muito bom este post, e é exatamente essa a melhor forma de encarar as coisas: isso passa. Já passei por algumas, e em todas as vezes achei que não ia sobreviver. Mas a gente sobrevive, mas da próxima vez não vai estar vacinado, nem preparado, vai sofrer o mesmo tanto de novo. É assim, até achar a pessoa que vai fazer sempre as mesmas escolhas que você. E espero mesmo que vc ache!
    beijos!

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  2. Oi, Renata;

    Nova ou velha nessa situação, a gente tem, sim, que se convencer que isso passa. Até um casamento - e todo mundo diz que "ex é para sempre". E é, mesmo. Vou ter que conviver com a criatura o resto da minha vida, porque ele é o pai das minhas filhas. E o que ele fizer vai, indiretamente, afetar a minha vida.
    Eu hoje estou muito fechada a novos relacionamentos porque eu sinto que não terminei esse: não está lá, escrito preto no branco, que eu voltei a ser solteira, que eu não sou mais "Sra. Fulana de Tal". Mas no fundo, no fundo, eu sei que nos relacionamentos que eu tive sempre vesti o uniforme de "Sra Fulana de Tal". Terminava por apagar o Meu em prol do Dele, e não em favor do Nós. Conhece aquela coisa de "ele é a minha metade"? Ninguém é metade de ninguém. Somos inteiros, e o outro é apenas o novo que acrescenta algo ao que já somos. Essa lição foi muito dura de aprender - mas quando você aprende não esquece jamais.
    Bjs e sorte, querida :o)

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  3. Renata, não sei se vc já viu um episódio do SATC em que a Carrie diz para a Miranda que é hora da velha lista: "things you like about ... (não vou escrever o nome do cara pois não sei se vc já viu), things you don't like about...".
    Gostei muito do post e te digo, por experiência própria, que engatar outra pessoa logo depois é uma merda. Não adianta p... nenhuma.
    Tem mesmo que dar um tempo. Depois, sim, é gostoso começar a curtir uma pessoa nova.

    Estou pra te mandar um email há séculos mas toda hora em que começo a escrever travo. Besta, eu sei. Queria te dizer tantas coisas mas não consigo colocá-las no papel. A intenção não é ser patronizing, juro. Só compartilhar algo. Enfim, sou uma loser e não consegui. Então resumo aqui tudo o que queria te dizer há semanas: fica bem, beijo grande.

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  4. Tb gostei do post. Cada um tem o seu tempo; e é aí que entra o tempo de luto tb; não acho legal fazer como algumas pessoas falam, que é pra sair logo atrás de outro, esquecer... como se esquecer fosse simples assim. Tudo bem, se vc consegue sair e se divertir, bom pra vc. Mas não entendo como algumas pessoas saem de uma relação e já entram em outra, em questão de dias(ou às vezes de um dia pra outro). Como conseguem? gostavam verdadeiramente da pessoa?
    Acho que a cabeça dos homens funciona diferente da nossa;às vezes até acho que eles não têm sentimentos, sei lá. E como mulher já nasce se sentindo culpada, sempre achamos que a culpa é nossa,o que não é verdade.E eu nunca vi nenhum homem se sentindo culpado pelo término de uma relação >:{
    Eu só queria dizer que eu não sei o que dizer pra te ajudar, rsrs, pois tb não queria dizer algo que eu mesma não conseguiria fazer; pois querer mandar nos sentimentos dos outros é fácil. Mas, como diz o ditado antigo, o tempo cura tudo; se não cura, ao menos, ameniza; como diz a música do Herbert :"e o tempo, senhor dos enganos, apaga os momentos sofridos". Se o tempo é o melhor remédio, tome o seu tempo, cada um tem o seu. Pensei nesse tempo, desde que vc começou a falar do seu coração despedaçado, em algo pra te escrever, que consolasse. Mas acho que nessas horas, poucas coisas ou nenhuma, consolam. Mas acho que uma coisa que ajuda num momento assim, é trabalhar a auto-estima, que geralmente fica em frangalhos, no chão.
    E assim, com a auto-estima refeita e elevada, "enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim".
    E que depois de tudo, "ainda exista amor pra recomeçar".
    E dizer que se vc precisar de alguma coisa, qualquer coisa, pode contar comigo :).

    O comentário ficou enorme, sorry; mas editei e reeditei; ainda assim, ficou essa coisa.

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  5. Greice, o problema é esse, né? a cada separação a gente sofre o mesmo tanto...

    Suzana, pelo que eu vi, acho que é o que mais acontece. a gente passa a ser só do relacionamento, e eles não... engraçado que eu vi isso acontecer com um monte de gente, menos comigo :/

    Patrícia, sempre me pareceu super importante esse tempo entre as relações. ainda mais depois de 6 anos com uma pessoa, eu não consigo nem me imaginar com outra, não vou ser o que eu quero ser. obrigada :*

    Jussara, primeiro, né? obrigada :) eu tô no tempo agora de respirar, sair, me divertir, mas não posso nem pensar em outra pessoa. mas tenho essa sensação tb, de que a responsabilidade é sempre da nossa parte. eles superam tudo com uma cerveja no bar. eu posso tomar uma caixa inteira e ainda vou continuar precisando de tempo. homens e mulheres são bem diferentes mesmo...

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  6. Ah, esqueci de dizer: mas eu não sou psicopata,ahahaha(será que todo psicopata nega isso até o fim?);é que deve soar estranho alguém oferecer ajuda assim,né? mas eu sou assim, tenho a solidariedade no sangue, infelizmente, já que bonzinho só se ferra,rs; se precisar, ajudo estranhos e tudo; pena que minhas primas não me puxaram,né? elas não são assim, e não ajudam nem a quem é sangue do sangue delas,né?hohoho.

    Isso de que as mulheres só vivem pra relação e os homens,não, é a mais pura verdade; precisamos mudar isso. Aliás, me lembrei de um quadrinho que mostra a auto-estima de homens e de mulheres;de como cada um se vê. Se eu encontrar, vou te mandar.

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  7. Gostei dos conselhos dele mas, embora eu saiba que a gente tem de viver a dor e crescer e blá, eu daria um dedinho por uma remedinho tarja preta, viu? Juro. Muito ruim.

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  8. Ah, Renata, faltou essa dica aqui, \o/ :

    http://www.emi.com.br/frank_aguiar/default.asp

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  9. Jussara, vamos mudar isso, claro! Meu objetivo agora é fazer alguém viver por mim, hahahaha.

    hahahahahahahahaha, morri de rir com o Frank Aguiar. Faltou esse conselho mesmo!

    Suzana, mais um pouco e eu apelava pro tarja preta. sempre bem-vindo, hahahahaha :)

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