Eu tava na fila do banco hoje, né? Porque ir ao banco é tudo o que eu faço na minha vida. São só coisas desnecessárias, claro. Desta vez, por exemplo, eu não precisaria ter ido ao banco e ficado na fila se não tivessem me dado um cheque sem fundos!
Eu saí de casa de jeans escuro, com a sapatilha Melissa Campana furta-cor, uma camisa azul marinho e uma bolsa florida.
Bem, aí eu entrei na fila do banco e perguntei pro cara da frente se a fila era pro que eu pensava que era e ele me respondeu que sim. Esse era o máximo de interação que eu queria. Daí ele começou a olhar pros meus pés e disse, sem que eu tivesse perguntado, porque é assim que fazem os chatos: "Eu tô olhando os seus sapatos. Eles mudam de cor quando você mexe os pés." Eu fiquei na minha e fingi que não ouvi, porque não tinha muito o que responder. Foi um comentário desnecessário, eu sou a dona dos sapatos e sei muito bem que eles são furta-cores.
Mas ele não se satisfez com o meu silêncio, claro. E resolveu avaliar a minha roupa: "A sua roupa tá toda combinadinha. Você se veste bem." Eu não tive uma reação, fiquei só pensando quem ele era pra ficar avaliando meu gosto. Ele não se conteve, claro, e disse: "Menos a bolsa. A bolsa não tá combinando. Mas o sapato, a calça e a camisa estão. Você tem bom gosto, parabéns."
Daí eu botei os fones de ouvido e fingi que não era comigo. E ouvi quando ele perguntou "Você não levou a mal não, né?", mas continuei fingindo que não era comigo.
terça-feira, 22 de agosto de 2006
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