segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

quem me levará sou eu

Em 2008 eu vou ali e já volto.

O blog não vai acabar, mas em janeiro vai estar bem devagar, porque não vou ter Internet. Meu celular não é mais meu. Não vou atender nos meus telefones de casa.
Meu e-mail é o mesmo. Meu MSN é o mesmo. Meu Skype é o mesmo.

Eu ainda sou a mesma, mas daqui a pouco serei eu mesma, mas diferente.



Não diga que eu me perdi
Não mande me procurar
...
Quem me levará sou eu

Quem regressará sou eu

Um beijo, até daqui a pouco!

De 2006 para 2007 eu desejei que meu próximo ano fosse leve. E leve é tudo que 2007 não foi. Ainda bem, porque foi meu melhor ano.

Em janeiro eu tava parada, olhando pro nada, daquele jeito de quem diz "é isso mesmo, não há o que fazer." E resolvi, sei lá por que, me fazer de satisfeita, deixar como estava, não ter trabalho. Em abril caiu tudo na minha cabeça. E eu chorei, sofri, dei chiliquinho, surtei, ameacei de morte, enfim, mostrei todo o meu equilíbrio.

Depois entendi que era isso mesmo.

Que o mundo não ia parar até que eu me sentisse melhor. Que a vida é assim. Que tudo passa. Que eu não merecia. Que ninguém merece. Que essas coisas acontecem. Que ganhar colo é muito bom. Que tudo bem ligar chorando pra uma amiga só pra ouvir que no final tudo vai dar certo. Que tudo bem odiar, porque até isso passa. Que tem gente que é babaca mesmo, e não há nada que se possa fazer. Que a minha mãe tá certa e a única coisa que funciona é mandar tomarnocu. Que rir é mesmo a melhor coisa, mesmo que você tenha que rir de si mesma, quando nota que quando chora parece um buldogue francês. Que terapia funciona mesmo e só faz bem, mesmo que te faça sofrer.

Que o jeito é rir do que passou. Que se jogar às vezes é bom. Que fazer novos planos também é bom. Que abandonar planos antigos pode ser libertador. Que olhar nos olhos de alguém e sentir as bochechas quentinhas é o melhor recomeço. Que há vários recomeços. E todos são bons. Que a coragem pode estar escondida, mas está lá em algum lugar.

Que eu consigo dirigir. Que eu mando o carro pra direita e ele vai mesmo! Que eu mando o carro parar e ele pára mesmo! Que é possível me equilibrar em cima de uma bola gigante. Que fazer a posição do avião não é assim tão difícil. Que suar é bom e até faz sorrir.

Que a vida só anda com um empurrão. Meu ou de outra pessoa, a escolha é minha.

Tantas coisas eu entendi em 2007 e tantas mais vou entender em 2008, tenho certeza. Por isso pensei muito no que eu queria pro meu novo ano. E eu quero entender mais coisas.

Quero risadas, sorrisos, roupas lindas, sapatos de enlouquecer, maquiagem perfeita, música, comida, vinho, caipirinha, suco de kiwi, suco de abacaxi, chocolate ao leite, chocolate amargo, chocolate quente, céu azul, noites estreladas. Quero massagens relaxantes, hidratantes cheirosos, quero pele macia, quero All Star sujinho, quero saudade boa, quero reencontros, quero planos, quero me jogar, quero saltos altíssimos, quero cores. Quero many many many bisous. Quero que cachorrinhos não sofram, que minha mãe não chore e que dê tudo certo.

Quero que aconteça tudo que tiver que acontecer. Pra mim e pra você.

Feliz 2008!

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Ah, é, eu agora tenho permissão para dirigir!

Pra você ver a que nível anda o país...
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Pra quem é de Nova Iguaçu, super recomendo a minha auto-escola. Enquanto as outras pessoas têm que ficar procurando uma sombra pra esperar a hora de fazer a prova, a Floresta arma uma tenda, leva banquinhos, água gelada e dá pulinhos de alegria quando você passa. Ha-ha.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Adoro quando estou tentando chegar até a porta do metrô, com licença, com licença, com licença, e alguém pergunta "vai descer?"

Mordo a língua pra não falar "descer? eeeu? não! só queria sentir seu corpo contra o meu."

domingo, 23 de dezembro de 2007

Tem tanto tempo que eu não sei mais quanto, precisaria parar e contar. O que eu não vou fazer agora, claro, porque, ah, preguiça e também não importa. Faz tempo. Pra mim faz tanto tempo.

E chega alguém aqui em casa com um presente pro meu enxoval. E antes de ficar zangada ou qualquer coisa, eu fico chocada.

Como é que numa família que sabe que a prima fulana amamenta com um protetor de mamilo não sabe que um relacionamento terminou?
Sabe, assim? Me senti super desprestigiada, porque tem gente aí achando que há fofocas mais importantes. E não há.
Nenhum assunto foi mais importante em 2007 do que meu break-up traumático e como eu me tornei essa pessoa tão melhor e mais bonita do que eu era. E como meu cabelo está bonito e a pele está melhor e como eu estou mais magra e minhas roupas são muito mais legais.

Sabe, vamos falar do que interessa.

E o cartão de natal que eu ganhei com Cauã Reymond sorrindo pra mim?

Só assim mesmo pra ter um feliz natal...

Thanks, D.!
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Detesto natal, acho super triste, não tenho paciência com tia-avó (e tem gente que pensa que eu sou fofa), não peço presente e só me preocupo em dar presente pra umas três pessoas. Enfim, fico mais mal humorada do que de costume. Já passei por alguns natais com uma personalidade diferente, mais simpática, mas isso não aconteceu ano passado e não parece que vai acontecer este ano.
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Este ano, eu resolvi ser fofa mesmo e dei cookies pro pessoal do trabalho.
Falei pra Renata P. que ia fazer isso e ela me disse:
-Faz um embrulho fofo como os da Patricia!

Mas igual não fica, né? Só vale mesmo pela intenção.
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Mesmo detestando natal, não posso simplesmente dizer que ele não é importante, porque é no natal que eu como a maior quantidade de cerejas que um ser humano consegue consumir. Acompanhada pela cã que come a maior quantidade de cerejas que um cocker spaniel inglês consegue consumir. Cuspindo os caroços, porque não há canina mais inteligente do que ela.

Então, feliz natal, pra quem é de natal, e feliz época de cerejas, pra quem é de cerejas!

Feliz época de comer cerejas até explodir, aumiguinhos!

Ok, ok, feliz natal e paz para os povos!

sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Foi só o estresse de fim de ano com o nervosismo pelo ano que chega e um adorável treinamento de trabalho no meio de tudo isso.

Não posso dormir o tanto que eu quero dormir até o fim do ano. Vou deixar esse sono atrasado pro começo do ano. De verdade, de verdade, acho que só vou dormir-dormir-dormir lá pro dia 10. É preciso planejar.
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O que eu faço quando peço um secador compacto, de preferência dobrável, mas com no mínimo 1500 w de potência e a pessoa me mostra um secador azul-bebê da Sandy de 1000 w?

Aí é que eu fico preocupada. Se nem na minha língua entendem o que eu quero...

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Eu tenho esse oftalmologista que é um fofinho. Ele cuida dos olhos de quase todo mundo na minha família, menos dos da minha mãe, que prefere o filho caçula dele. Minha mãe sempre diz que eu tenho que marcar consulta com um dos filhos, porque meu médico já tá velhinho. Eu não consigo ligar pra clínica dele e não marcar consulta com ele, porque ele é um vovozinho e eu não quero que ele se sinta inútil e eu acho que ele é bem competente, eu gosto muito dele e ele fala tudo no diminutivo.

-Vamos examinar esse olhinho. Põe o queixinho aqui. Vê se você enxerga as letrinhas.

Hoje, indo de um aparelho a outro, ele falou:
-Senta aqui, gordinha.

Bom, acho que já deu, né?

Caducou.

Na ótica, sou forçada a contar pra vendedora que Dior não cabe no meu orçamento, é melhor parar de me mostrar, não vai adiantar.

Depois de mais algumas dezenas de armações, tenho que interromper novamente, pra falar:
-Mas, olha, não é porque eu não posso comprar Chanel que eu vou levar um chamado No_Stress. Eu fico estressada só de me imaginar usando isso! Vamos achar um meio termo?

Não, não achamos. Depois de tentar explicar que eu queria uma fininha, não queria nada com strass e muito menos strass que formasse o nome Ana_Hickmann nas hastes, e mesmo assim ouvir que eu devia experimentar aquele ali, que tem florzinhas que parecem decoração de unha, eu desisti. Se o grau continua o mesmo, a armação vai continuar também.

Qual parte de "modelo discreto" as funcionárias de uma ótica não entendem?
...
-Você gosta da Ana_Hickmann?
-Não o bastante pra querer o nome dela na lateral do meu rosto.

E a pessoa entende isso como "sim, nada me faria mais orgulhosa do que andar por aí exibindo toda a minha admiração por essa modelo/apresentadora maravilhosa!"

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

-O senhor pára em frente ao portão de madeira, por favor?

Motorista pára o ônibus.

-Não, ali, no portão de madeira.

Motorista anda 2 m e pára o ônibus de novo.

Enquanto a folgada abre o portão, ele pergunta:
-Não quer que eu te carregue no colo também, não?

E eu ri por todas as vezes em que alguma folgada acha que o ônibus deve parar na frente da casa dela. Olha, já inventaram um meio de transporte que pára no seu portão, ele se chama táxi. Se você não tem problemas locomotores, não há motivo pro motorista parar na sua porta. É só descer no ponto e fazer aquilo que você aprendeu antes mesmo de aprender a falar "motorista, por favor": andar.

E eu digo isso estando na posição de alguém que já viu um ônibus parar para que um casal entrasse no motel. Classy.

Eu tava aqui pensando em como The Best Years, estréia da Sony nesta temporada, é ruim. É ruim demais. Dá vergonha. Mas não é a vergonha que você sente vendo, sei lá, Dawson's Creek. É uma vergonha das grandes, pelos roteiristas, diretores, atores, pelo pessoal do figurino, da maquiagem e do cabelo.

Tudo é ruim. Tudo quer ser muito profundo, mas não chega nem perto disso. É a primeira temporada e os roteiristas devem sentir que é a última, porque querem tratar de todos os assuntos ao mesmo tempo. Tem órfã se virando sozinha na vida, personagem morrendo na frente de outros personagens, alcoolismo, abuso sexual na infância de uma das personagens (a mesma que vira alcoólatra, tá?), personagem bissexual, personagem bissexual revelando que é HIV positivo, personagem ex-estrela de seriado adolescente ganhando o papel de Lady Macbeth e descobrindo que tem talento (a parte da descoberta do talento ainda não aconteceu, mas dá pra notar que vai acontecer).

Então eu tava aqui, tentando entender como alguém no mundo pode achar que tem como desenvolver isso tudo em uma temporada. E em como são os personagens mais azarados que eu já vi. Talvez mais azarados do que os irmãos de Party of Five.

Mas eu tava pensando nisso enquanto via um filme que me prendeu pelo nome: No lugar e na hora errada. Eu pensava na série e vasculhava minha mente à procura das regras de concordância nominal. E, ok, eu posso concordar meu adjetivo com o substantivo mais próximo, mas fica medonho. E aí comecei a pensar em coisas medonhas, como jaca e mangas morcego. E pensei que as mangas morcego foram embora e eu não preciso mais ter medo de ser engolida por um abraço. Pensei, pensei, pensei.

Bom, sei que no filme tinha um anão. E ele era paraplégico. E nisso eu já tava pensando "tá de palhaçada comigo." Foi quando ele confessou que era gay.

Ser tudo ao mesmo tempo agora deve estar na moda, então.

domingo, 9 de dezembro de 2007

-Sou veloz como um raio! Ninguém me pegaaa!

Acho que dá pra confirmar agora que eu não sou mesmo uma daquelas pessoas que diz, no começo de uma relação, "weee, vamos ficar juntos pra seeempre! vamos ter muitos filhos e envelhecer juntos! você é o amor da minha vida! como vivi até hoje sem você? weee!"

Não sou.

Não fico cheia de certezas quando me apaixono. Mas, ao mesmo tempo, fico cheia de descobertas e olhares de canto. Hum, eu gosto dele, que engraçado. Hum, acho que ele gosta de mim. Hum, ele gosta de mim. Hum, hum, hum.

Há muito hum-hum-hum quando eu me apaixono. Isso eu sei. Está confirmado.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

Coloco a lente esquerda. Não enxergo nada. Tiro. Lavo, lavo, lavo. Coloco a lente no olho esquerdo de novo. Fecho o olho direito. Enxergo pior com o esquerdo, que está com a lente, do que com o direito, sem a lente. Tiro a lente. Lavo, lavo, lavo. Tem que funcionar, meu vestido não combina com óculos. Minhas sapatilhas muito menos. Coloco a lente esquerda. Não enxergo nada.

Ando pela casa. Ando a casa toda, pra testar se consigo andar enxergando tudo embaçado. Ando, ando, ando. Quase tropeço na Hannah. Não tem nada a ver com a lente. Ela é da cor do chão. E está deitada bem no meio do caminho. Ando, ando, ando. Consigo enxergar. Mais ou menos.

Volto ao banheiro, abro o potinho pra pegar a lente do olho direito. Hum, verde. A tampinha verde é da lente esquerda.

Ah, tá. A lente tava trocada.

Enxergo, posso ir. Meu cabelo insiste em não fazer sentido, mas posso ir. É só torcer pro resto do mundo ter trocado a lente esquerda pela direita. Meu cabelo, visto embaçado, até que fica legal.

A pessoa diz que não está namorando. Cruz-credo namorar aquele cara. Nada a ver com ela. Não é namoro. É só amizade. E fala mal do cara.

O cara em questão almoça na casa dela várias vezes por semana. Leva a pessoa pra jantar várias vezes por semana. Dá presentes. Vai a festas de família na casa dessa pessoa.

A pessoa recebe um telefonema do cara, que diz "vou aí te buscar." O cara vai buscar, e no carro eles discutem sobre onde vão almoçar. Falam de receitas pro salmão inteiro que a pessoa comprou. Rola uma pequena briga por causa do ticket do estacionamento e porque o cara quase se perde indo pra casa dela.

Será que eu vou ter que avisar que, opa, já é namoro?

Eu tava pensando que esse ano ia economizar. Nada de ficar pagando presente de natal em 4x! Nada disso! Eu ia comprar um vestido lindo pro reveillon. Uma sandália liiinda, eu ainda sonhei.

Mas aí ele ligou e no meio do telefonema falou "ah, porque o seu presente de natal..." e eu fiquei ãhn? vamos trocar presentes? E parece que sim. Então acho que tenho que tenho que dar adeus à sandália linda. Ou ao vestido. Não, à sandália. Hum.

Mas o pior nem é isso, nem é o preço. Porque pra isso existe cartão de crédito e acho que já ficou provado que eu não tenho medo dele. Eu tenho faturas e faturas e faturas que provam que eu não tenho medo do cartão.

O meu problema é: o que se dá de presente pra uma pessoa que tem tudo, conhece o mundo todo? O que eu posso dar que seja surpreendente?

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Eu tava aqui, quase surtando. Meudeus, são varizes! Meudeus, são varizes! Meudeus, são varizes! Aí notei que, hum, são só as minhas veias mesmo. É só a minha pele que está ficando transparente. Daqui a pouco vai dar pra ver todo o meu sistema circulatório. Como o Kevin Bacon naquele filme em que ele era invisível e injetavam alguma coisa nele e você via todas as artérias, veias e vasos capilares. Ah, eu adoro o Kevin Bacon. Mesmo em filmes em que o sistema circulatório dele seja mais interessante do que todo o resto.

Vou deixar pra pegar sol só na outra semana, porque nesta tenho exames pra fazer. E acho que vai ser muito útil que a pessoa simplesmente olhe pra mim e ache a veia e tudo se acabe em 30 segundos.

Pelo meu pavor de agulhas. Quando eu entro no laboratório, já fica certo que vou dar um show. Nunca vou sozinha. Primeiro porque eu fujo se for sozinha. Eu entro e falo "vim fazer um exame", quando a pessoa olha pra tela do computador, eu já tô virando a esquina. Quando minha coragem dura até a sala de recolher o sangue, é só a pessoa virar pra pegar a seringa que eu já tô lá na sala de espera, pronta pra ir embora. Então preciso de alguém que segure a minha mão. E segure, assim, bem forte, que é pra eu não fugir. Segure, assim, quase quebrando meus dedos.

Além disso, é sempre bom ir com alguém, porque, bom, porque é sempre melhor não ser a única pessoa numa situação constrangedora. É bom saber que há outra pessoa morrendo de vergonha com o meu chilique.

Meu problema não é com sangue, nem especialmente com agulhas. O que eu não agüento é a idéia de furar a minha pele. Se uma farpa entra no meu dedo, eu passo de 3 a 4 horas chorando. Quando eu vejo, já estou de joelhos implorando pra ser levada à emergência.

É aí que minha mãe diz:
-Renata, eu só te levo na emergência agora se for psiquiátrica.