É porque eu não me escondo nos bolsos pra não ter que dar a mão. É porque abraçar é a coisa mais fácil do mundo. É porque eu quero tirar o xampu da testa pra não cair nos olhos. É porque eu quero dizer as coisas mais lindas e não quero dizer nada ruim, feio ou cruel. É porque eu não quero que o tempo passe. É porque eu não quero ter que acordar, pra não largar do abraço. É porque não me importa o nome que se dê, o que seja isso.
domingo, 28 de outubro de 2012
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Minha mãe é jovem e usa computador pra trabalhar. Em casa só usa quando meu irmão e eu viajamos, pra manter contato através de e-mails diários que alternam entre dois títulos. SAUDADE e MUITA SAUDADE. Quando eu passei uns meses na França, até o e-mail no qual ela mandou a receita dela de moqueca veio com o título SAUDADE.
Desde maio minha mãe tem um smartphone. Eu fiz uma conta pra ela no Facebook e desde esse dia, a qualquer momento, quando você olha pra ela, ela tá lá, celular na mão esquerda, mão direita deslizando na tela. Quando está em casa, ela vai escrevendo e mandando recados no Facebook e narrando pro meu pai tudo o que está fazendo e o que estão dizendo pra ela. (meu pai não tem um smartphone, mas tem um celularzinho com câmera que ele usa pra tirar fotos das flores dele no terraço e mandar pra gente por mensagem. ele é coautor de grande parte das mensagens que minha mãe manda)
Sei que minha mãe tá amando a Internet no celular de um jeito que eu nunca ia imaginar. Outro dia ela comemorou quando aprendeu a fazer coraçãozinho usando o < e o 3. E outro dia a wifi caiu e ela me mandou um whatsapp "A Internet está fora do ar? [emoticon de carinha chorando] [coração partido] [cocô] [bomba]"
Ela agora também responde e-mail muito mais rápido, no celular.
Hoje eu esqueci meu celular em casa. Depois do momento DESESPERO! COMO SE VIVE SEM UM CELULAR? NÃO VOU CONSEGUIR!, cheguei no trabalho e mandei um e-mail pra minha mãe avisando que estava sem o celular, que qualquer coisa me mandasse e-mail.
Ela me respondeu em uma hora, com um e-mail sem texto no corpo e com o título "OK, filha, agora que eu vi. estava no mercado, comprei iogurte grego pra você, bjs."
Respondi o e-mail dela.
Ela me mandou um novo e-mail cujo título era "Escrevi só no assunto, hahaha" e no corpo estava escrito "Deu pra entender?"
Eu respondi que sim, que tinha respondido naquele e-mail mesmo.
Ela mandou um terceiro e-mail. O título era "Iogurte grego" e no e-mail dizia "hahaha, seu pai levou uma colher pro mercado pra provar o iogurte, como manda a propaganda.
é brincadeira, não levou! eu não deixei!"
Se fofura tem limite, minha mãe não conhece.