Eu sou pessoa que perdoa a pisada de bola dizendo "não, imagina. normal. eu não posso mesmo esperar que todo mundo seja correto como eu sou. cada um faz o que sabe fazer."
E a pessoa me odeia pro resto da vida, é claro.
mas vamos combinar que houve uma mega evolução. lembra quando eu não apenas não perdoava como ainda ameaçava mandar dar uma surra? pois é.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Durante o almocinho entre amigos:
-Acho que tá na hora de a gente parar com essa palhaçada...
Por alguns segundos eu concordei. É mesmo, a gente tem que parar com a palhaçada, dar um jeito na vida, etc, etc. Até respirei fundo pra absorver melhor a solução que ele ia dar pras nossas vidas.
Aí ele continuou:
-Acho que tá na hora de parar com essa palhaçada e fazer um mapa astral sério!
É, tá na hora de levar a vida a sério, né?
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
-O filhodaputa levou a tequila que eu dei pra ele. Levou pra beber com os amigos. Tomara que tenha cirrose.
-Melhor: que tenha dor-de-barriga!
-Oi? Como uma dor-de-barriga é pior do que cirrose?
-Dor-de-barriga em público! É mais constrangedor!
...
Cara, queria dizer que depois do vídeo do Pedro pra sempre vou me imaginar na porta da casa dele gritando "devolve a minha tequilaaaaaa. devolveeeee! devolve agoraaaa!"
...
Esses meninos têm muita sorte por eu ser fina de doer.
domingo, 25 de outubro de 2009
Na fila do banheiro:
-Você é a caaaara de uma amiga minha.
-É?
-É! Minha amiga lá da Bahia!
-Ah, legal. Você é da Bahia também, né?
-Sou. Você é a caaaara dela!
-Dá pra ver pelo sotaque.
-Menina, você é iguaaal a minha amiga!
-Nossa.
-Só que numa versão melhorada, que ela é meio hippie.
-Hahaha.
-Amei sua roupa.
-Brigada.
-Amei, amei. Eu quero muito uma saia de cintura alta.
-Olha, depois que comprei a primeira, fiquei viciada, não quero usar outra coisa. Eu tenho uma de oncinha neon, você tinha que ver!
-Eu quero muito uma, mas tô gorda. Disfarça a barriga?
-Ih, não. Eu acho que cintura alta engorda. Essa aqui, então, que é balonê...
-É que eu terminei um namoro, aí como sem parar. Não consigo parar.
-Quando eu termino um namoro, fico sem apetite. Não como por dias.
-Que inveeeeja!
Eu entrei no banheiro. Esse tempo todo eu tava achando que esse papo era pra ela passar na minha frente. Veja como confio nas pessoas.
Quando eu saí do banheiro:
-Vem cá, mas qual é o teu nome?
-Renata.
-Renata, me dá um conselho.
-Sim.
-É que eu tô saindo com um carinha e ele me convida pra fazer várias coisas e eu só digo não.
-Mas por que você diz não?
-Por causa dos amigos dele. São uns playboys idiotas.
-Mas você gosta dele, do menino?
-Ai, gosto.
-Olha, não se luta contra amigo de namorado. Amigo de namorado a gente aceita, a gente suporta. É assim desde sempre.
-É, né?
-É.
-Então acho que vou ao jogo do Floominense com ele amanhã.
-PERAÍ! Ele é tricolor?
-É.
-Então só pode ser gente boa. Tricolor não se dispensa! Começa a aceitar os convites!
-Ai, tá bom. Vou aceitar, então. Dá aqui um abraço, que agora a gente é amiga.
Adoro gente bêbada.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Porque a gente tá aí, né? Eu e todas as minhas amigas. Todas nós já ouvimos um "se cuida" várias vezes na vida. E a gente tá aí se cuidando. Não é como se a gente precisasse de conselhos de ex-namorado.
Desculpa, tô dispensando. Mesmo se for um ex-namorado legal (e eu tenho um!). Não é você que vai me dizer que eu tenho que me cuidar.
É claro que eu tenho que me cuidar. Não tenho ninguém que faça isso por mim. Então, tô aí, fazendo as coisas que eu tenho que fazer. E fazendo tudo isso usando vestidos fabulosos e esmaltes tão lindos que chegam a me emocionar.
Então, não precisa dizer. Fica aí na sua. Não precisa me lembrar que eu estou on my own.
aliás, acho que vou terminar e-mails e telefonemas pra ex-namorados dizendo "fica aí na sua." acho que tem tudo a ver.
pardon my french
Uma pausa na programação só pra dizer a todos os ex-namorados que terminam e-mails ou telefonemas dizendo "se cuida":
Vaitomarnocu!
Isso é irritante, meninos. Não façam.
Não.
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
Eu disse não querendo dizer sim.
Eu magoei você quando eu disse não. Eu me magoei. Mas eu não podia dizer sim.
Você não entendeu, você nunca vai entender. Você vai ficar aí pensando em mim. Eu vou ficar aqui pensando em você. E você sempre vai achar que eu podia ter dito sim. Que eu sou teimosa. Que eu sou medrosa. E eu sempre vou achar que o teimoso é você. Que o medroso é você.
Você nunca vai entender. Eu vou me arrepender todos os dias. Depois vou me perdoar, porque eu não podia mesmo dizer sim. Eu não consegui.
At that particular time love encouraged me to leave
At that particular moment I knew staying with you meant deserting me
That particular month was harder than you'd believe, but I still left
Todo dia uma lembrança. O caminhãozinho do bolo de reis. A lista de compras. Seus lápis de cor alemães. Sua camiseta american apparel. Seus livros preferidos no meu criado mudo . O amor nos tempos do cólera. Minhas luvas de oncinha. Os cartões postais na minha parede. Meu bolo de cenoura. Seus desenhos. Torrada com manteiga e geléia. Secret heart. O coração na última página do livro. Nina Simone. All my loving. I'm so tired. Meu lenço rosa. Sempre que eu uso rosa eu penso em você. Seu remédio na minha mala. Meus brincos de turquesa na sua mala.
Todos os dias eu me pergunto. Quantas vezes ainda eu vou dizer adeus?
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quarta-feira, 21 de outubro de 2009
terça-feira, 20 de outubro de 2009
domingo, 18 de outubro de 2009
Acho que existe um roteiro.
Quando eu digo que sou professora de inglês, eles falam inglês. Eu fico naquele minipânico. Tipo, o que eu faço com essa pessoa? Dou nota? Não quero falar inglês, hoje eu tô de folga!
Quando eu digo que estudo literatura, eles começam a falar sobre os livros mais importantes do mundo.
Dou várias risadinhas internas. Porque se você pensa que vai conseguir alguma coisa com esse papinho de que leu Ulisses, do Joyce, haha, você tá certo.
Mas nem precisava.
Eu sou bem mais fácil do que isso.
mas minha dúvida é: se quando eu falo que estudo literatura eles falam sobre livros, quando alguém fala que é dentista eles falam sobre dentes?
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Cara, você tem que me ver lendo Shakespeare. Fico numa loucurinha sem fim. Não sei onde as coisas começam e terminam. Fico toda maluca, morreu? quem morreu? morreu de quê? em que página foi isso?
não.en.ten.do.
tenho que ler quatro peças dele na pós este semestre. depois escrever várias páginas sobre elas. imagina meu pânico.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
Hoje ri de cair uma lagriminha falando sobre Sonho de uma Noite de Verão na pós. Na parte em que o Bottom ganha uma cabeça de asno.
Não conseguia parar de rir.
É por isso que dizem que Shakespeare é atemporal, né? Mulheres de qualquer época podem se identificar.
Afinal, que mulher nunca se apaixonou por um asno?
Eu não me lembro de querer ser outra coisa além de professora. Nunca quis ser astronauta, cientista ou domadora de feras. Sempre quis ser professora.
Brincar de escola era a minha brincadeira preferida. Eu colocava meus bonecos sentados no chão com cadernos abertos e dava aula a tarde inteira. Se hoje eu reclamo pra fazer plano de aula, é porque planejei muitas aulas durante a infância. Cara, eu tinha um caderno de plano de aula. Tá?
Uma coisa que nunca faltava na minha casa era giz, pra escrever no meu quadro-negro.
Acho que fui a última pessoa do mundo inteiro que fez curso de formação de professores. Não, eu não tinha que usar uniforme de normalista. Eu podia ir pra escola de calça jeans e tênis. Ficava o dia todo na escola, de 7 às 17:30.
No curso de formação de professores, eu tive aulas de didática do ensino religioso. Estudei em colégio católico, né?
Eu já tive uma professora que foi professora da minha avó e do meu pai. Ela era professora de história.
Eu fiz muita caligrafia na vida pra ter letra de professora.
Eu quis estudar literatura por causa de uma professora de literatura que eu tive no ensino médio. Ela nos fez estudar Clarice Lispector, Caio Fernando Abreu, Paulo Leminski, João Cabral de Melo Neto, Lígia Fagundes Telles (<3), Cacaso, Adélia Prado. Era o máximo. Eu queria tanto encontrar com ela e dizer que a aula dela era o máximo.
Eu ganharia mais dinheiro se fizesse só traduções. Mas eu gosto de sala de aula. Gosto de escrever no quadro, de dizer "in English, guys" a cada 5 minutos.
Sempre que eu encontro um ex-professor, eu chamo de professor. Nunca chamo pelo nome. E sempre digo "eu sou professora também!"
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terça-feira, 13 de outubro de 2009
Eu tenho uma turma de alunos que têm uns 7 anos. Normalmente, eu uso lentes de contato, mas às vezes uso óculos. Quando me viram de óculos pela primeira vez, ficaram muito espantados.
Um deles chegou atrasado, ficou me olhando pela janela da porta e disse:
-Oh! Uma velha senhora!
E a partir daí, toda vez que me vêem de óculos me chamam de velha senhora.
Hoje fui trabalhar de lentes de contato, mas mesmo assim um deles me chamou de velha senhora. Outro aluno corrigiu:
-Que isso! Não chama de velha! Não tá vendo que ela não passa dos 50?
Ah, puxa. Obrigada.
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domingo, 11 de outubro de 2009
Daí é aquilo. É tão difícil ser uma menina solteira. Ser uma maioria tratada como minoria. Eu até já sei o que quero estudar no mestrado. Quero estudar a literatura de meninas solteiras. Porque ninguém sofre como nós.
Daí imagina como é pior ainda ser uma menina solteira e não ter a mínima paciência pra palhaçada, como eu.
Imagina ser uma pessoa que, como eu, tem que falar da minha falta de paciência toda semana na terapia, de tão grave que ela é. Tenho que ficar lá, dizendo a quantas anda meu nível de tolerância. Com quem eu briguei? A quem eu respondi mal? Quem eu desejei que morresse fulminado por um raio? Esta é a minha vida, a minha luta pra ser uma pessoa mais legal e to-le-ran-te.
Mas ainda não sou, né? Tolerante. Ainda sou alguém que dá respostas atravessadas, que faz cara feia, que revira os olhos, impaciente.
Cara, é duro.
Eu saio da minha casa, me arrumo linda, vestido novo. E passo a noite me imaginando arrancando várias cabeças com uma espada.
Eu queria muitomuitomuito entender cabeça de homem.
Em que lugar do mundo dizer pra uma garota "seu vestido parece um pijama" é legal? Não é legal, não é fofo, não é engraçadinho. É babaca. É a pior forma que você podia encontrar de puxar conversa comigo.
A regra é clara: elogie os meus vestidos. Sempre.
Eu sou mega mimada. Essa estratégia masculina de fazer uma ofensa (que eles acham que é) engraçadinha pra puxar assunto não me atrai nem um pouco.
Então, não. Não quero conhecer você, não quero conversar com você. Depois da palhaçada, eu nem sequer quero olhar pra você.
Sai!
então é isso, meninas. homem tem, né? e esse aí com certeza não tinha namorada ou tava apaixonado por outra. mas é uma pessoa que diz que seu vestido parece um pijama só porque ele é xadrez. quem quer?
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Então, é assim. Se você faz o mal, o mal volta pra você. Se você faz o bem, o bem volta pra você.
Karma, né? Dizem que funciona assim.
Daí que funciona mesmo. Porque hoje comprei uma camisa linda pro meu irmão. É aniversário dele, eu sei que tenho que dar presente mesmo. Só que podia ter comprado qualquer coisa, né? Não comprei. Comprei uma camisa cara e linda. Linda.
E por isso também trouxe pra casa um vestido, duas blusas e uma sandália.
Viu? Funciona.
é aniversário do meu rrrimão hoje! o rrrimão mais fofo do mundo. mesmo sendo o mais mal humorado também.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
Existem dois tipos de amiga.
Tem aquele tipo que quando o cara não tá a fim de você diz que ele só pode ser gay. E tem o outro tipo, o que diz que ele só não tá interessado e isso é normal, porque você não se interessa por milhões de homens todos os dias e não é por isso que você é gay. Eu sou desse tipo.
Tem aquele tipo que quando você diz que vai trair o namorado diz que é isso mesmo, que homem é tudo safado e merece. E tem o outro tipo, o tipo que diz que pra que fazer isso se você pode terminar numa boa e ser legal? Eu sou desse tipo.
Tem aquele tipo que diz que homem é assim mesmo. Ele não quer nada sério hoje, daqui a pouco ele muda de idéia. E tem o outro tipo, o que diz que se ele não quer nada sério hoje, também não quer amanhã nem daqui a dois meses. Eu sou desse tipo.
Do tipo que ninguém quer ter.
Eu não seguro a minha língua.
terça-feira, 6 de outubro de 2009
Outro dia o jantar aqui em casa foi uma pizza-rocambole. É assim: você faz a massa, põe a cobertura, enrola, corta e assa as fatias.
É uma pizza. O que muda é o conceito. Entendeu? Ficou gostoso. Porque é pizza, e pizza é gostoso.
É uma idéia que veio do programa da Ana Maria Braga. A pessoa frita um peru em rede nacional e minha mãe ainda leva a sério.
Só sei que além de comer pizza tivemos o prazer de ouvir da minha mãe um discurso sobre como é bom mudar.
Jantar + lição de vida.