Aí você pensa que os primogênitos é que sofrem pressão. Que essa história de "vai fazer direito ou medicina ou sei lá o quê" só acontece com o primeiro filho, aquele que vai casar, ter um emprego chato e pagar as prestações da casa em dia.
Mas comigo não, eu sou a boa filha. Não sofro a pressão dos primogênitos. Então eu posso ser pobre. Eu posso fazer uma faculdade que nunca vai me dar dinheiro e meus pais ainda se emocionam quando eu me formo.
Porque quando a minha mãe diz "precisamos comprar um laptop pra você, pra você poder trabalhar quando viaja", eu digo "imagina, eu não quero nada, não preciso de outro computador".
Porque eu sou a boa filha. E porque eu sou aquariana. Enxergo 1000 anos à frente.
terça-feira, 30 de maio de 2006
Meu irmão faz História e Direito, né? E minha mãe tenta disfarçar, mas o sonho dela era ver algum filho advogado. O caso é que meu irmão foi escolher justo História pra estudar além de Direito. E fazer História em faculdade pública é aquela coisa que todo mundo conhece. Você vai ficar amigo dos próximos revolucionários que prometem tomar a América Latina, vai se aproximar da esquerda. E de repente meu irmão começou a não querer comprar uma calça jeans nova, porque o que é um furo, não é mesmo?
E um dia ele chegou avisando que ia largar Direito. Imagina que minha mãe teve que abandonar a postura de cool mom. E dizer "não mesmo, vai fazer Direito e ganhar dinheiro, chega de ser pobre".
O caso é que ele foi mudar a televisão dele de lugar ontem e quebrou. E mesmo dizendo que ele ficaria meses sem uma tevê no quarto, minha mãe chegou em casa com uma nova hoje.
O que eu queria saber mesmo é se ele vai sacar logo de cara que minha mãe acabou de ganhar mais um semestre de um filho fazendo Direito.
Imagina só o que ele vai ganhar quando contar pra minha mãe que também é ateu. Um Ipod de 20gb. Uma volta ao mundo. Um EcoSport. Em troca de abraçar o Papa.
Eu juro que este ano botei fé na hora de fazer o pedido a que todo mundo tem direito na hora de apagar a velinha do bolo de aniversário. Ah, você não faz bolo no seu aniversário? Too bad, fica sem pedido.
Juro, pedi com tanta força que quase explodi.
Mas até agora, quase quatro meses depois, parece que não vai acontecer.
Como assim o pedido que a gente faz na hora de apagar a vela de aniversário não dá certo???
segunda-feira, 29 de maio de 2006
sexta-feira, 26 de maio de 2006
Tem tempo que eu procuro um caderno lindo sem pauta, porque eu não gosto de linhas, pra passar a limpo as receitas que eu anoto por aqui e por ali e num caderno do Pooh.
Não preciso mais procurar.
Quero todos.
Uma turma minha vira amanhã, vai passar pra outro livro. Resolveram fazer um café-da-manhã pra comemorar. E eu resolvi fazer meus primeiros cookies.
Eu devia ter colocado mais pedaços de chocolate em cima. Não achei que fossem crescer tanto...
terça-feira, 23 de maio de 2006
No dia 17 ou 24, vamos ver o melhor dia.
Dia 24 é dia de São João, mas minha mãe lembrou bem que se a gente fizer no dia 17 dá tempo de celebrar Santo Antônio. Mas acho que ninguém tá muito interessado em santo casamenteiro. Mas tem todas as simpatias pra quem quiser fazer e tal. E ainda é o padroeiro da cidade.
E dia 24 é a noite mais fria do ano, né? Devo lembrar que festa junina aqui tem fogueira, mas é cenográfica. Se for mesmo a noite mais fria do ano todo mundo vai se encher de quentão e passar a noite grudado na churrasqueira.
Preciso mandar dinheiro pra quem vier do Rio parar na Casa da Pamonha na Dutra e comprar umas pamonhas. Tô quase morrendo de vontade de pamonha.
Preciso ligar e mandar e-mails e scraps e perguntar qual é o melhor dia.
Só sei que este ano tem que ter quadrilha. E eu não tô falando de mim e da Cíntia correndo pelo terraço gritando "andorinha no salão" depois de tomar quentão. ¬¬
sexta-feira, 19 de maio de 2006
Tem uma festa de uma amiga da minha mãe aqui hoje.
Meu plano era perfeito. Eu tava na rua e a coordenadora do projeto no qual eu tô trabalhando agora me ligou e disse que eu tinha que mexer num arquivo que ela tinha enviado e tinha que mandar pra ela ainda hoje.
Ela ligou aqui pra casa me procurando, minha mãe atendeu, então eu tinha a desculpa perfeita pra não ficar na festa.
Fui lá no terraço só pra dar um oi geral. (e fui obrigada a beijar todos os convidados. 5 years old all over again)
O caso é que tem uma pré-adolescente abusada aqui. E, olha só, ela falou pra Hannah "Xô, sai daqui" e bateu o pé no chão. Bateu o pé no chão.
Nunca nos seus 3 anos de vida minha cachorra foi destratada assim. A casa é dela!
Agora vou ter que passar minha noite lá, vigiando a monstrinha e zelando pela saúde físico-psicológica da Hannuca.
Tô putíssima. A monstra deixou os sapatos aqui no meu quarto. É uma pena que não tenha pó-de-mico ou urtiga aqui.
quarta-feira, 17 de maio de 2006
Por que o Urban Dictionary foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida:
E também porque traduzir aquela série lixo adolescente sem recorrer ao UD a cada 10 minutos é impossível.
segunda-feira, 15 de maio de 2006
Olha, eu sei que nem todo mundo ama o trabalho que faz. Mas eu nunca vi tanta má vontade quanto nas pessoas a quem eu imploro uma informação.
Como se eu gostasse de ter que lidar com adolescentes que vão à aula usando abadá. Como se isso me fizesse feliz. Mas eu trato todos bem. E, mesmo sabendo que muitos nunca vão aprender Inglês, eu me esforço e sorrio e tento fazer o meu trabalho. Porque é pra isso que me pagam.
Eu só quero um código. Um só.
E já liguei pras três agências de câmbio do Rio de Janeiro. Já liguei pra minha agência. E ninguém me trata bem.
Eu não sei se eles acham que eu não tenho mais o que fazer e sou muito rica e carente então passo meu tempo gastando pulsos telefônicos só pra falar com alguém. Porque não é o caso. Se eu pudesse escolher, não falaria com nenhum deles. Mas eu preciso ligar e preciso de uma informação.
E quando eu consigo atendimento, depois de informar meu nome e minha agência e minha conta pra 675 funcionários diferentes de 32 agências diferentes, eu já estou chorando e pedindo por favor que não me mandem pra outro ramal. E aí vem uma voz robótica dizer que meu saldo está devedor, e eu só quero dizer que se isso vai atrasar o pagamento dos mal educados que falaram comigo, então é a única coisa que me faz feliz hoje.
domingo, 14 de maio de 2006
sexta-feira, 12 de maio de 2006
Eu entreguei minha turma de sexta-feira.
Esta é a primeira sexta em que eu não tenho compromisso nenhum. Eu até tinha que ir ao banco falar com o gerente e tomar algumas decisões de adulto. Acabei deixando pra lá porque a partir de hoje tenho todas as sextas livres e ainda tenho mais de um mês pra descontar os cheques.
Só sei que acordei e hoje, na minha primeira sexta livre em mais de um ano, tinha um bilhete no meu espelho.
RENATA,
ARRUME O SEU QUARTO.
Tem dois pares de sapatos fora do armário. E a bolsa com os presentes que eu trouxe pra todos do Recife. E ninguém quis.
terça-feira, 9 de maio de 2006
sexta-feira, 5 de maio de 2006
Não importa o quanto eu me organize. Sempre vou esquecer alguma coisa.
Quando desci do carro pra pegar o ônibus em Nova Iguaçu me toquei que tinha esquecido uma blusa que eu tinha pensado em levar.
Na hora de entrar no ônibus me toquei que tinha esquecido meu rímel.
Na parada me toquei que tinha esquecido uma bermuda.
Puta frio em São Paulo e eu só trouxe dois casacos, um dos quais tá no fundo da mala.
Tenho 45 minutos até sair o ônibus pro aeroporto. ¬¬
Tinha um cara bêbado no ônibus Nova Iguaçu - São Paulo. E ficou falando palavrão até dormir. Fofo.
Nem vou pensar em que velocidade tava o ônibus, mas o motorista conseguiu chegar aqui em menos de 5 horas. Com parada de 20 minutos.