quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Quando eu tinha seis anos, dancei na escola a música Uma barata chamada Kafka dos Inimigos do Rei. Eu dancei vestida de barata, um vestidinho marrom. Meu par, o J., dançou de macacão azul, no papel de dedetizador.


Meu par, o dedetizador de macacão azul, me matava durante a coreografia da música, fazendo movimentos com os braços que imitavam uma bombinha de inseticida. Bombinha de inseticida é uma coisa que nem se usa mais, todo mundo usa spray.

Eu gostei tanto da minha roupinha de barata, o vestidinho marrom, que quis repetir a roupa no meu aniversário de sete anos. O tema do meu aniversário foi escolhido por mim: natureza. E o bolo era em formato de borboleta, feito pela minha vó.

Eu não sei de que forma isso pode marcar um ser humano, mas certeza que ninguém escapa do destino de ter morrido como barata aos seis anos de idade.

12 comentários:

  1. O melhor dessa música é o trocadilho do refrão. Sim, vem KAFKA comigo!

    Mas todas as meninas eram as baratas?

    Eu fiz uma peça de teatro aos 8 anos em que todas as meninas eram gatinhas ou borboletas e eu era a vaca. Isso porque a professora brilhante primeiro pediu que fizéssemos máscaras de algum animal. Eu achei que vaca era sussa de desenhar e acabei como a única menina que entrava mugindo no palco.

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    1. todas as meninas eram baratas e todos os meninos, dedetizadores!

      hahahahahaha, tadinha, cami!

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  2. que bonitinho isso, da barata.

    pra mim, esse texto teve uma cara toda especial, uma vez que, e eu gosto de repetir isso aos quatro cantos do mundo, baratas meio que constituem o meu unico medo real, pelo menos, o unico que me deparei até hoje. É de paralisar, gritar, ir dormir na sala ou passar o resto da noite com vontade de mijar ou beber água. Depende do comodo onde o inseto se encontra.

    Mas acho que, se todas viessem assim, acompanhadas de um azul bebê, e com fala tão simpáttica, talvez eu seria, então, um homem sem medos! haha

    beeijo, muito aconchegante isso aqui, viu!

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  3. tá, me vi obrigado a comentar de novo:

    COMÉ QUE FAZ PRA SEGUIR O BLOG, POXA?

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    1. ahh, acho que não tem como.

      mas o blog tem uma página no facebook: https://www.facebook.com/tantocliche

      =)

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  4. HAHAHAHAHA, amo ler o que escreves. Esse destino foi trágico, viu. Mas necessário! A adulta não teria tanta maturidade para contar essa história com a vivacidade que captei no texto, rs.

    Beijo, Renata. Gosto de você pelas palavras <3.

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  5. Essas coreografias de escola são mesmo um barato. Muito criativa a escolha da música.

    Bjs.
    Elvira

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