quinta-feira, 4 de maio de 2017

lista de passageiros que eu adoro no ônibus:
-a mulher solteira que vai a todas as quintanejas, sextanejas, etc. Outro dia contou pra um amigo que reencontrou por acaso no ônibus, depois de 10 anos sem ver, que o carro dela tinha várias cores de tanto bater por aí. Disse que só traiu o ex-marido uma vezinha só. Tem cabelo preto bem comprido e cílios lindos.

-o casal do homem muito alto e da menina bem baixinha que às vezes eu encontro fazendo compras no mercado também, além do ônibus. Eles são fofos.


lista de passageiros que eu detesto no ônibus:
-o homem que usa abotoaduras. ah, para.
-o homem que se enrola todo num casaco, fica parecendo uma múmia e invade o espaço pessoal do outro passageiro.
-o homem que assiste anime num tablet. Apoia o braço no braço divisor do banco e invade o espaço pessoal do outro passageiro.
-a mulher que senta no primeiro banco e quer puxar papo com todo mundo, sempre de rabo de cavalo.

Lisboa, onde ficou um pedaço do meu coração.





























terça-feira, 25 de abril de 2017

Na segunda, já no trabalho, me lembro que no domingo à noite bebemos muito, em casa mesmo. No fim da noite, M. inscreveu meu email numa promoção para ganhar 10 perfumes Jequiti, respondendo à pergunta "O que é mais importante? A inteligência, a memória ou o raciocínio? A pergunta dizia isso, mas todas as opções apareciam como memória.

E marcou a caixinha para eu receber promoções por e-mail.

=(

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Um ano em que tanta coisa mudou para o bem e para o mal. Tantas coisas eu aprendi e a mais importante talvez tenha sido abrir mão do controle. Eu, que estava tão acostumada a ser só eu, a fazer tudo do jeito que eu queria, quando eu queria, como eu queria.

Tanta coisa que eu não posso controlar, não mando em nada.

Meu desejo para 2017 é que a gente fique bem apesar de qualquer coisa. Que a gente lembre sempre que tudo passa, que nada é definitivo. Que nem tudo a gente controla e que a gente tem que ficar bem assim mesmo.



Que a gente se trate bem, como a gente trata quem a gente ama.

Feliz ano novo!

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

"Amiga, desculpa, eu sei que eu prometi, mas não vai dar. Se eu te der o cabelo eu fico sem. Eu achei que ia dar pra comprar cabelo novo, mas não vai rolar. Amiga, você me perdoa? Eu queria muito te ajudar, mas se eu te der o meu aplique vai faltar pra mim. Amiga, me perdoa? Eu sei que eu prometi, amiga, mas não vou poder. Amiga, você me perdoa?"

"Eu não vou convidar ela. Nem pensar. Ela não me deu nenhuma força quando eu precisei. É só um churrasco pra família, alguns amigos. Mas ela eu não vou convidar. Eu sei o que ela fala de mim. Eu vou convidar minha mãe, mas eu não vou convidar ela. Não comenta nada, por favor, porque eu não vou convidar ela.
...
Mãe? Oi, mãe, eu tô ligando pra dizer que eu vou fazer um churrasco de aniversário e pra te convidar. Eu não vou convidar a tia Lúcia, viu? Nem ela nem ninguém da família dela. É coisa pequena, só um churrasco de aniversário. Você tem como ir? Eu não vou convidar a tia Lúcia, hein, mãe? Não comenta nada, por favor."

"tec tec tec tec tec tec"

"Você sabe de alguma coisa por aí? Eu tenho dois aluguéis já pra dar de depósito. Não, eu vou parar com o caminhão na porta e encher com as minhas coisas. Eu não vou avisar a ele não, eu cansei. Eu cansei. Eu vou só parar com o caminhão no portão e colocar minhas coisas. O sofá eu vou levar. A gente comprou junto, ele disse pra gente comprar, mas quem pagou as prestações fui eu. Eu vou levar o sofá, eu que paguei. Quando eu perdoei, a minha filha tinha dois anos. Eu queria que ela tivesse uma família, mas agora chega. Eu voltei a trabalhar e ela ficou com a minha sogra. A minha sogra sempre me ajudou, mas um dia eu vi a minha filha chamar ela de mãe. Isso acabou comigo. Eu não aguentei, larguei o emprego pra ficar só com ela. Aí ele fez aquilo e eu perdoei. Ela tinha dois anos, eu não trabalhava, eu queria que ela tivesse uma família. Agora chega, eu vou parar com o caminhão lá e levar minhas coisas. Que homem? Eu não tenho pai, não tenho irmão, quem vai comigo buscar minhas coisas? Não tenho pra quem pedir. Mas ele não vai fazer nada, ele não é bobo. O sofá é meu, eu paguei as prestações, eu vou levar."

"Ai, vamos! É quintaneja, vamos! A gente compra um combo de red bull e absolut. Ah, vamos! Ué, eu tô solteira, eu vou aproveitar sim. A gente vai e volta de táxi. Eu não tenho como dirigir depois, não. Eu amassei o carro da última vez. E ele tá bem? Ué, chifre trocado não dói. Mas ele tá bem? Ué, aguentando, eu durmo e tô nova no dia seguinte. Vamos? Vambora, vai se arrumando que eu tô chegando em casa."


(pessoas no telefone no meu caminho para casa)

terça-feira, 8 de novembro de 2016

Não tenho um dia certo, mas sei que faz um ano. Todos aqueles meses que eu passei me afogando, coberta por uma sensação que eu não tenho como descrever.

Não tenho um dia certo, mas faz um ano que acabou. E tem dias que eu me olho no espelho e me parece inacreditável ter ficado.

Ainda estou aqui.

segunda-feira, 24 de outubro de 2016

Se eu pudesse dar um conselho só pra qualquer pessoa, seria: não dê sua opinião sobre a vida de ninguém. Talvez não seja bem um conselho, mas um pedido.

Não dê sua opinião sobre o relacionamento alheio, sobre a viagem que não é sua, sobre como alguém pica cebolas.

Todos nós sabemos lidar melhor com o ciúme e o desgaste de uma relação, conhecemos os melhores restaurantes e o melhor horário para evitar fila no museu e com certeza podemos pensar em maneiras mais eficientes e rápidas de cortar cebola em cubinhos.

Mas a melhor coisa que cada um de nós pode fazer é ficar quieto. Não dizer nada sobre isso. Sobre como a gente faria melhor. Como a gente seria mais feliz, aproveitaria mais, se machucaria menos.

Não.

Tá todo mundo tentando do jeito que consegue, do jeito que sabe fazer. Uma hora a gente acerta.

Se não vai fazer diferença nenhuma na sua vida, shh, é melhor só dar a mão e não a opinião.


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Hannah se foi hoje, no colo do meu pai, que sempre foi a pessoa preferida dela no mundo todo.

Ela era minha cachorra preferida no mundo todo e nós nos despedimos ontem, sem saber que era adeus, mas sentindo que nosso tempo estava chegando ao fim.


Estamos todos tristes e já com saudade, mas tranquilos porque ela não merecia mais dias como os últimos e os 13 anos que ela passou conosco vão ficar para sempre.