quarta-feira, 28 de março de 2012

Ainda não tá claro?


Não é medo do início. A gente tem medo é do fim.

Nós. Todos nós que andamos por aí com um coração trancadinho. É medo do fim, do fim.

De todas aquelas semanas que nós vamos passar nos arrastando pelos cantos, comendo doce-de-leite, relembrando diálogos, imprimindo e-mails e levando pra analista ler, vasculhando a vida do outro pra ver como é possível ser feliz sem a nossa presença, de todas as vezes que vamos ter certeza que vamos morrer sozinhos. É medo de engordar ou emagrecer de tristeza. Dos discos da Alanis que a gente vai ouvir sem parar.

Medo de montanha-russa e de nunca saber exatamente em que ponto a gente vai ficar de cabeça pra baixo.

Porque, né? A gente vai ficar de cabeça pra baixo.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Fico olhando o cabelo, tão lindo, com uns poucos fios brancos e penso que vai ficar mais bonito ainda grisalho.


É nesse tipo de coisa que eu penso.


não é do meu cabelo que eu tô falando, hihihi.

domingo, 18 de março de 2012

Mais engraçado ainda do que quando uma desconhecida me consola enquanto choro em público, é quando ninguém ao meu redor consegue olhar pra mim.


Tô chorando em público e as pessoas ao redor estão esperando o elevador olhando pro teto, fingindo que nada está acontecendo.

Fica à vontade, pessoal. É só tristeza, não é contagioso.

(às vezes é)

terça-feira, 13 de março de 2012

Eu vou e volto do trabalho num ônibus executivo bem confortável, com iluminação fraca, bem apropriado pra descansar/dormir. E chorar. Curto muito chorar nesse ônibus, porque, indo ou voltando, geralmente a maioria dos passageiros tá dormindo, ou na Internet do celular, ou ouvindo música, ninguém presta muita atenção um no outro. Dá pra chorar com tranquilidade.


Daí outro dia tava voltando pra casa e chorando, tentando ser discreta, fungando um pouquinho aqui, secando uma lágrima ali. Na maior dignidade.

Até que a moça ao meu lado olhou pra mim, segurou na minha mão e perguntou o que estava acontecendo. Um pouco chocada, eu disse "ah, as coisas dão tão errado!"

Ela me deu um abracinho e disse "vai passar, vai passar."

Nossa, vou te contar que toda a energia que estava sendo usada pra gerar lágrimas teve que ser usada pra impedir uma crise de ansiedade. Porque só o que eu conseguia pensar era "tem uma pessoa me consolando. eu PRECISO parar de chorar AGORA."

Da próxima vez, finjo um desmaio, vai ser mais simples.

sábado, 10 de março de 2012

Eu nado muito bem. Meus pais nadam muito bem, se conheceram à beira de uma piscina. E desde pequena sempre ouvi dos dois que, caso um dia eu estivesse nadando no mar e uma onda me puxasse, não era pra lutar. Era pra ficar relaxada, deixar a onda me levar e depois voltar de onde ela tivesse me deixado.

Com a depressão é igualzinho.

domingo, 4 de março de 2012

Ele gosta de mim do jeito dele.

Eu gosto dele do meu jeito.

É mais complicado do que eu gostaria, mas é mais simples do que eu pensava.

:)