quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Eu tenho duas respostas básicas pra quando me perguntam "E aí, como estão as coisas com os meninos?"


-Péssimas.
-Uh, quem se importa?

Sempre positiva. Sempre pra cima. Sempre alto astral.


o título do post poderia ser reclamando de barriga cheia, eu sei. eu sei.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

E aqueles dias em que não quero fazer nada a não ser ficar sentadinha, abraçada aos meus joelhos, sentindo pena de mim mesma e chorando em intervalos regulares.


Que dó. Que dó.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Eu tenho astigmatismo e não gosto de usar óculos. Se você não tem astigmatismo nem se importa em usar óculos, essa informação não significa nada. Se você é como eu, sentiu a dorzinha no coração que deve sentir sempre que compra lentes.


Lentes de contato para astigmatismo devem ser tóricas. Eu não tenho ideia do que sejam lentes tóricas. Só sei que elas têm um pontinho que as outras não têm e que elas custam o dobro do preço.

O dobro do preço.

Daí um dia desses eu bebi demais e no dia seguinte tinha que arrumar a mala pra viajar e só aí percebi que tinha perdido uma lente. Perdi uma lente.

Perdi uma lente tórica.

E foi aí que eu tomei uma decisão importante: lentes de contato agora só descartáveis. Se eu beber demais e perder de novo, o prejuízo é menor.

Também me disseram que eu poderia simplesmente parar de beber, mas não consegui confirmar se é possível.

-Como você está?

-Estou menos atormentada.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Menino que chama a garçonete pra avisar que cobraram um refrigerante a menos na conta.


A atração, que - deixa eu ser sincera aqui - já era enorme, foi multiplicada por mil.

Sou bem desse tipo.

não fui eu que tomei refrigerante. não sou desse tipo. ;)

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Minialuno me chama, pedindo:

-Tia, me ensina uma coisa?

Meu coração se enche do mais puro amor. É claro que eu ensino, querido. Eu nasci para ensinar. Nunca quis fazer outra coisa na vida além de ensinar. O que você quer aprender?

-Como faz o "s" daqui?

E aponta pra palavra "page".

-Como assim, Lucas? Nessa palavra não tem "s".

Erro número um: esperar que as coisas façam sentido. Se o mundo, que é o mundo há bilhões de anos, não faz sentido, não é um minialuno de sete anos que vai fazer.

-Tia, assim, me ensina a fazer o "s".
-Faz um "s", ué.

Pequeno momento de pânico. Essa criança não é alfabetizada? Me deram uma criança não alfabetizada? O que eu faço? Socorro, socorro. O que ele tava achando que eram todas essas letras? Desenhos? Por que só agora, depois de cinco aulas, ele vem revelar que não sabe escrever?

-Tiaaa, me ensina a fazer o "s" dessa palaaaavra.
-Lucas, "page" não tem "s".
-Aqui, tia, aqui, me ensina!
-Lucas, você está apontando pra uma palavra que não tem "s". Me explica o que você quer.

Erro número dois: continuar procurando o sentido. Por que eu não simplesmente saio assoviando e pensando em pandinhas lindos, como se o assunto estivesse resolvido? Por que não? Por que eu não consigo?

-Eu quero fazer o "s".
-Tá. Você não sabe escrever?
-Tiaaa, me ensina o "s" em inglês aqui nessa palavra.
-Lucas, eu já falei que essa palavra não tem "s". Essa palavra tem "p", "a", "g" e "e". Não tem "s".
-Tia, mas essa palavra tá em inglês. Por favor, me ensina o "s" em inglês.
-O "s" em inglês?
-É, tia. Como é que eu escrevo a letra "s" em inglês?

de.onde.surgiu.essa.dú.vi.da?

-Lucas, o "s" é igual em português e inglês. Pode fazer igual. Você sabe fazer o "s" em português? Então, em inglês é igual.
-Uau! Sério, tia? É igual mesmo?

E ele fez o "s" mais bonitinho do mundo.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

É sempre estranho falar com quem eu mais amei na vida e só desejar feliz aniversário. Não dizer "I love you", "I miss you", "Que saudade!"


Sempre estranho, mas cada vez mais normal. :)

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Eu gosto de reclamar. Caso isso ainda não esteja claro, mas acho que está: eu gosto de reclamar e eu reclamo de tudo. I'm only happy when it rains. Quando as coisas dão certo eu me sinto desconfortável, eu não sei o que fazer, eu quero fugir, correr bem rápido até não estar mais aqui.


Eu gosto de reclamar. De verdade. Eu reclamo desde criança. É um talento, é um dom. Mais do que qualquer outra coisa que eu sei fazer. Das coisas que eu aprendi e das coisas que eu nasci sabendo, reclamar é a minha favorita e a que eu faço melhor.

Em reclamar eu sou campeã.

Só que. Chega aquele momento em que eu quero reclamar porque não tenho uma coisa. Quero que o mundo exploda. Que vida injusta. Tenho tudo, só não tenho aquela coisinha que eu quero tanto. Nunca quis tanto uma coisa em toda a minha vida. Eu mereço isso. Eu quero ser feliz. Eu, eu, eu.

E parou. Chega, chega, chega.

Respira 1, 2, 3. Deixa o drama de lado.

De repente é hora de parar de achar que só pode ser de um jeito, que só tem uma fórmula pra isso. De repente é hora de parar de querer que seja do meu jeito.

Vou parar de fazer o Morrisey,

e tentar fazer o Mick.


Vai que dá certo, né?

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Por mais que você tenha aceitado que não dá e tenha entendido que não tem como. Porque você entendeu. Tá? A questão não é essa. Você tá indo pra frente com os dois pés, em passinhos pequenos, mas um atrás do outro.


Tá? De verdade.

Mas, olha, não dá. Seu melhor ex-namorado publica fotos segurando um dos bebês mais lindos do mundo.

Vida, tá de sacanagem?

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

E tem aqueles dias em que no meio do dia, eu sento pra almoçar e me sinto tão cansada que não consigo nem pensar em cortar minha salada.


Não acredito que vou ter que cortar essa salada. Depois vou ter que mastigar tudo isso e engolir e depois vou ter que pagar a conta e levantar e depois vou ter que escovar os dentes. E vou ter que abrir minha necessaire e retocar minha maquiagem. Talvez eu até tenha que arrumar meu cabelo. Tenho que abrir a porta da minha sala, ligar todos os aparelhos. Vou ter que fechar a porta, ir até a sala dos professores, esperar a hora da aula. Vou ter que dar aula. Ter intervalo. Vou ter que lanchar. Vou ter que dar mais aula. Vou ter que acabar de trabalhar, pegar um ônibus. Meudeus, vou ter que achar minha chave na bolsa, abrir a porta e trancar a porta. Vou ter que subir dois lances de escada, abrir e trancar mais uma porta. Tenho que tirar minhas lentes de contato, tomar banho, escovar os dentes, pentear o cabelo, colocar meu pijama.

E aqui-agora tenho que cortar minha salada. Não acredito que tenho que cortar minha salada.

E ainda tenho meio dia inteiro pra viver.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

não esperou, :P

Eu estava embrulhando um presente na mesa comum da sala dos professores, no meu horário de almoço.


-Pra quem é esse presente?
-É pra um menino. hihihi.
-O que é?
-Um disco de vinil. Vou encontrar com ele hoje, mas o aniversário é só daqui a uns dias. Será que ele aguenta esperar até lá pra abrir?

E lá do outro lado da sala alguém grita:
-Ai, Renata, mas outro leonino? Você não tem limites?


Ahn... não? ¬¬

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Passo o dia todo de mau humor, tudo me irrita, odeio o mundo, odeio a vida, odeio essa caneta que eu estou segurando. Até que eu olho pra baixo e percebo a causa. É ele, o sapato. O sapato, esse maldito, tá muito apertado, tá machucando meu pé em três pontos diferentes. Não sei como estou aguentando ficar em pé. Que dor, que dor.


Na última aula do dia, faltando menos de uma hora pra ir pra casa, lá estou eu, em pé ouvindo os alunos falarem. Olho para os meus pés. Como é fofinha essa sapatilha. Adoro esse laço. Poxa, quase não uso, fica parada lá no armário. Ah, ela machuca, mas nem tanto assim.

Machuca, mas nem tanto assim.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Não adianta. Posso reclamar, espernear, fazer pirraça. Não adianta, não tem jeito. Não posso fazer nada além de chegar lá com o rabinho entre as pernas, na humildade e dizer de uma vez:


-Lembra aquilo que eu disse que não ia acontecer? Lembra que eu falei "pode escrever o que eu tô dizendo. quando eu voltar aqui na próxima sessão você vai ver que eu tava certa"? Então, eu estava errada. Aconteceu o contrário do que eu disse que ia acontecer. E eu adorei.

A grande pergunta é: você prefere ser feliz ou estar certa?