quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Quando eu não estou deprimida, eu sinto vontade de ser uma pessoa melhor.

Sabe assim? Vontade de conversar, de responder, de perguntar, de ligar e dizer oi, de mandar um e-mail.

Vontade de me importar.

É um alívio tão grande me importar com alguém e com as coisas e com o mundo que eu nem sei dizer.

(Infelizmente, é impossível explicar pra todas as pessoas do mundo que, olha, desculpa, não é que eu seja antipática, não é que eu odeie você. É só que eu não consigo. Hoje eu não consigo. Não consigo ser eu. A tristeza me tira de mim mesma. Não consigo conversar, responder, perguntar, ligar. Não consigo me importar quando nem faz sentido estar acordada. E toda a pouca energia que eu tenho está sendo usada pra disfarçar. E se eu fizer algum esforço além, vou chorar e todo mundo vai perceber e ter pena de mim ou vai pensar que eu sou maluca. Porque eu não tenho motivo pra chorar. A depressão faz de mim uma pessoa pior. E, sim, eu sei que é ruim conviver com alguém assim. Mas eu garanto, eu tenho certeza que ninguém pode achar tão ruim quanto eu, que estou dentro de mim.)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

-Pai! Você não sabe que tem que usar filtro solar? Por favor, pai, eu não tenho que ficar repetindo isso. Você sabe que tem que usar, você é adulto.
-Sou adulto, mas não fui criado dessa forma.

E olha só que genial! Andei pensando que isso é uma coisa que a gente pode levar pra vida e usar em qualquer situação.

-Sei que sou adulta e tenho que manter relacionamentos saudáveis, mas não fui criada dessa forma.

-Sei que tenho que juntar dinheiro pra pagar alguém pra cuidar de mim na velhice, em vez de comprar broches em forma de disco voador, mas não fui criada dessa forma.

-Sei que não posso deixar de fazer exercício só por preguiça, mas não fui criada dessa forma.

Acho que funciona com praticamente tudo, hein?

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Vamos começar?

A pessoa tava me contando que tinha passado num concurzzzzzzzz, ai, desculpa, acordei. Então, tava lá me contando da vida de funcionário público.

-Eu passei num concurso melhor do que o meu emprego de agora. Mas não passei no psicotécnico.

não.passei.no.psicotécnico.

Esse foi o primeiro da série Piores coisas que eu já ouvi num encontro.
...
Vou ter que contar minha reação. Eu ri. Dei uma gargalhada muito alta. Ri assim: HAHAHAHAHAHAHAHA.

E disse "Mentira!"

Ele disse que não, que era verdade.

Eu ri mais até que ele jurou que era verdade, que tava brigando na justiça e tudo.

E eu mudei de assunto. Porque, né? Nem que eu tentasse conseguiria disfarçar uma reação compreensiva.

Até fico na dúvida se isso devia entrar pra série é por isso que não tenho namorado por causa da minha reação, mas, olha, ele não passou no psicotécnico.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Daí você leva bolinhos pra ele, pra fazer a fofa. Bolinhos que você fez.

E ele conta que já trabalhou com a Martha Stewart.

Mas nem pensar que vou deixar provar meus bolinhos e comparar com os dela, né?

Nem pensar.

:P

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Eu tava numa fila. Na minha frente, tinha um homem. Um dos caixas chamou o próximo cliente duas vezes. O próximo cliente era o homem à minha frente. Ele não ouviu ou fez que não ouviu, sei lá.

Eu falei "Moço..."

E ele nem me deixou terminar, me interrompeu, dizendo: "Que moço? Não tem moço nenhum aqui, sua vagabunda!"

Daí fiquei alguns segundos chocada, sem entender. Até que consegui dizer "Espero que você morra, seu medonho horroroso!"

E depois de uns minutos tive que rir, né? Porque me dei conta que sou uma pessoa de 28 anos que numa briga usa "horroroso" como xingamento.

Horroroso.

Tenho 9 anos?

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

not gonna crack

Eu sei que eu já falei disso.

E continuo achando que a gente não supera mesmo. Mas as coisas vão se encontrando, você vai se encontrando, acaba encontrando um lugar onde você se encaixa. Acho que todo mundo, não, a maioria das pessoas acaba encontrando um lugar. Mesmo que os outros não entendam esse lugar.

Só que você tira a pessoa da adolescência ruim, mas não tira a adolescência ruim da pessoa. Você tá por aí, tão feliz com você mesma, mas quando tocar Nirvana e você começar a bater cabeça, vai ficar na cara quem você foi.

Daí não importa que você hoje tá toda equilibrada, jogando seu cabelo pra lá e pra cá, com as perninhas cheias de hidratante iluminador. Tem aquele ponto que não pode ser tocado. Aquela coisa que você ficou tão boa em esconder. Aquela coisa que se alguém mencionar vai destruir seu dia, sua vida adulta inteira.

Aquilo que vai te fazer lembrar que as pessoas não veem só o que você quer que elas vejam.

Todo mundo tem.

(obrigada à Lívia pela dica do hidratante iluminador. minhas perninhas estão bem felizes!)

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

-Não, deixa que eu pago.
-Eu pago.
-Não, eu pago.
-Ai, para com isso. Você é estagiário! Deixa que eu pago, vai.

Pior do que isso só se eu começasse a gritar que sou rica.

É por isso que eu não tenho namorado.
...
Eu vou me defender, tá? Dá licença que eu vou me defender. Eu falei na melhor das intenções. Assim, tava investindo no futuro dele. No nosso futuro! Vai que a gente casa e tem vários filhos, né? Falei num sentido assim "Vamos investir no seu futuro. Gaste com livros! Daí quando você for tão rico quanto o, sei lá, Anderson Cooper, pode retribuir todo o meu apoio. Pode retribuir na forma de amor, fidelidade eterna e diamantes."

Foi isso que eu quis dizer. Foi isso.

O que eu disse não tem nada a ver com a forma como eu vejo o controle numa relação.

Na-da.

Tá?