segunda-feira, 23 de janeiro de 2006

Hoje fui, finalmente, trocar os cheques. Esses lugares que fazem câmbio dão muito medo.
Chega e fica de frente pra uma janela preta sem conseguir enxergar através, mas sabendo que estão te vendo. Se identifica, espera. Abre uma porta, vai pra outro lugar, espera. Recebe a ordem pra passar pra outro lugar, espera.

Ficamos, Thu e eu, esperando uns bons vinte minutos na recepção enquanto a funcionária, trancada numa sala, esperava a operação ser autorizada pelo escritório em São Paulo.

Durante esses vinte minutos, eu só conseguia pensar que tinha alguma coisa ilegal com aqueles cheques. Talvez nem fossem cheques de verdade, tudo não passava de uma armadilha da Receita Fede*ral pra me pegar.

Eu já estava planejando que caso fosse presa ligaria primeiro pra minha madrinha, porque ela é uma pessoa prática, ligaria logo pro advogado e ele iria correndo me resgatar. Depois me imaginei consolando a minha mãe, que ficaria magoada por eu não ter ligado primeiro pra ela. Mas imagina se eu ligo primeiro pra minha mãe. Ela ia chorar e sair correndo pra delegacia pra dizer pro delegado que eu tenho curso superior e depois pedir pra me mudar pra uma cela com cortina.

Quando eu comentei do meu medo pra Thu e falei que ela ia pra algum instituto para menores, ela só me disse "Eu digo que você me seqüestrou. Eu sou loira de olhos azuis, você é morena. Quem vai acreditar que nós somos primas?" O.O

Eu já estava lá, imaginando se eu choraria na hora de comer a quentinha estragada, quando a funcionária voltou com os comprovantes e documentos pra eu assinar. Ufa.

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